Casamento

Viajei até Goiânia com minha família, em ônibus fretado, para o casamento do meu primo Murilo Fernandes, com a Alessandra. Ônibus cheio de parentes, bebida a rodo, humilhações, sacanagens. Família feliz. Primo casando, parentes bêbados, padrinhos chorando e desmaiando devido ao calor do Brasil Central e à emoção. Uma festa linda, onde um querido primo, definitivamente, caiu no laço.

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Mas o que me deixou um pouco assustado foi a paisagem. Até Minas Gerais, há plantações de café, cana e um gado. Mas passou o Rio Paranaíba... só se vê mato. Mato e mais mato. Não é cerrado, é grama seca sem nenhum mísero boi para pastar, sem nenhuma vaquinha a amamentar seu bezerro. Nenhuma vaca é exagero, tudo bem, mas a quantidade é incrivelmente pequena. Isso é que é terra improdutiva.
Porém, sabe quantos acampamentos do MST? Nenhum. Isso em Goiás, pois em Minas Gerais, ao lado de uma linda plantação de café lá estavam eles com suas bandeiras vermelhas e seus automóveis ao lado das barracas. Fico me perguntando, será difícil fazer um reforma agrária neste país? Acho que sim, enquanto os supostos sem-terra (que na maioria são desempregados das cidades) continuarem a querer as terras que produzem, as terras em São Paulo, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul. Em Goiás, com aquele mar de terra clamando por uma lavoura enquanto os cupins constroem edifícios, não se tem um miserável clamando seu pedaço de chão. Não há uma barraca. Por isso, eu me confirmo mais uma vez: os sem-terra não querem terra, eles querem bagunçar. E não os coitados que vão atrás. São os Stédiles e Rainhas da vida que querem chegar ao poder ou anarquizar pura e simplesmente, a fim de bagunçar o coreto não sei pra que. E quem financia isto. Quem criou isso. Se não me engano, até bem pouco tempo atrás o MST era um braço da CUT e do PT...