quarta-feira, outubro 26, 2005

Bornhausen

O negócio é o seguinte: se o Luiz Marinho foi o responsável pelos cartazes zoando o Jorge Bornhausen, com uniforme nazista, deturpando o sentido do artigo "Raça segundo São João" que ele publicou no Estadão, estou convicto de que estamos em um ciclo de denuncismo, de difamação e de perseguição que só se vê/viu em países com regimes totalitários: Alemanha nazista, União Soviética, China, Coréia do Norte.

Falando em Bornhausen, Alemanha... lembro-me de Volkswagen e putas pagas com o dinheiro da empresa. Qual seria o interesse do tal funcionário lá da Alemanha em envolver o Luiz Marinho? Resolveu mentir? Igual - sob a ótica do Governo/PT - os irmãos do Celso Daniel também o fazem?

É... eles estão desesperados, não sabem mais o que fazer, e resolveram mentir. É assim que o PT quer nos fazer pensar.

Se um membro do governo fez uma papagaiada dessas, devemos entrar em estado de vigília sério, pois coisa muito pior está por vir.

E acho que se vier já tem data: pouco tempo após a cassação do Ioseph Dirceu.

A que desgraça fomos submetidos!

Nunca vou esquecer minha conversa com o Luiz Marinho, na formatura da Uniban. Quem estava lá sabe.


Frase da semana:

"A aula dela é assim: 5% de Piaget, 95% de Pinochet"
Diego Figueira

sexta-feira, outubro 07, 2005

Somos palhaços

Henrique Affonso de André Sobrinho



A prisão do marginal Edílson Pereira de Carvalho foi igual a quando você
descobre que na musiquinha de criança Hoje é Domingo o “pé de cachimbo” na verdade é “pede (pedir) cachimbo”. Estava alí na cara, mas não se percebia, ou então, preferia não se ver. Todos sempre souberam que juízes de futebol armavam esquemas - isso era óbvio, notório e evidente -,mas a subjetividade de se afirmar que determinado juiz era ladrão tornava tal afirmação tão pueril e inocente para os calejados olhos dos torcedores que era vista ou como uma verdade que não poderia ser provada – como a existência de anjos, no que acredito – ou então como
folclore.
Ao ver o bandido algemado, com cara de pastel, todas essas tergiversações quanto à roubalheira que existe no futebol cessaram: há juizes ladrões! Os ruins existem, sim, como Héber Roberto Lopes, que é tão ruim que não teria condições de roubar, e quando erra, e feio, erra para os dois lados. Mas os ladrões existem.

O que me deixou um pouco mais decepcionado foi que roubos existiram devido à grana. Sempre achei que meia-dúzia de times eram favorecidos por ter mais força na CBF, o que sigo acreditando - há um esquema absurdo em favor de times do Rio de Janeiro e do Corinthians desde que o futebol é futebol. Mas nunca um esquema por fora para sites chinfrins de apostas. Se bem que, para um estelionatário confesso – perdoado por CBF, FIFA e FPF -, que devia para bingos e tinha mais cheques devolvidos que copos no armário, ser pego em um esqueminha idiota e a troco de milhares de reais não é nada estranho. Sempre os idiotas pagam esses patos humilhantes. Professor
Luizinho que o diga.
Para variar, o primeiro fato comprovadamente tinha de vir de um time que já se acostumou a ver seus jogadores no caderno de Esportes e seu dirigente máximo nas páginas policiais. Vasco da Gama, eterno queridinho da CBF, governado por
um porco reacionário, que entre outras presepadas, em um tapetão tirou o título
brasileiro do São Caetano. Eurico Miranda, com sua arrogância que me deixa envergonhado devido à nossa origem lusitana comum, dizendo que o jogo Figueirense e Vasco nada teve de errado. Para variar, tal imbecil deve sair livre e
por cima dessa história.
Dedo-Duro - Com a “delação premiada” - dispositivo jurídico que alivia a barra de
alcagüetes – o marginal preso no dia 24 nos mostrou que algumas de nossas desconfianças eram, sim, mais do que falatório de torcedor apaixonado. O problema é que agora toda a arbitragem, que abriga lá sua meia-dúzia de bem-intencionados, fica sob suspeita. Não saberemos mais se tal juiz é ladrão ou é ruim. Não saberemos mais se devemos torcer, ficar com a pressão alta, gritar e xingar, ou se ficamos
quietos, esperando o jogo acabar, pois de todos que estão no estádio, dois ou três já sabem, antes do jogo, qual vai ser o resultado.
Porém, mais porca foi a atitude do senhor Luiz Zveiter. Ainda que eu não queira me alongar nas considerações de que um zé-ruela qualquer com o cu em uma cadeira decida o que é certo ou errado para todo o futebol, é de se estranhar que a decisão foi anular TODOS os jogos que o bandido apitou. Vou me alongar apenas no que me diz respeito: Santos 4 X 2 Corinthians.
Não houve um sequer corintiano que tenha me dito "ah, o juiz roubou". Aliás, a sensação que tive é que em muitos momentos o juiz truncava o jogo a fim do Corinthians não tomar uma sova maior. Como disse Lanfredi¹ (1995) "teve roubo, sim. O Giovanni roubou o jogo para si". Ou seja: em uma partida memorável, Giovanni comandou os alvos à vitória sem qualquer repreensão quanto à atuação de Edílson Pereira de Carvalho por parte da gambazada, e ainda com o reconhgecimento de superioridade por parte dos rivais. E, então, queria saber o porquê da anulação. Lembro-me muito bem que uma comissão analisaria todos os jogos. Muito provavelmente, para que uma atitude de macho não lhe causasse maior trabalho, com recursos aqui e acolá, resolveu colocar todos os jogos em um mesmo saco.
É por isso que mesmo os que julgam os ladrões também o são. Ladrões da esperança no futebol decente que o Brasil tem carência, ladrões de pontos, ladrões da dignidade que tanto se carece nesse País de mensalões, severinos, euricos e zés dirceu.
Ganhemos novamente, não temos medo. É que para o Santos tudo tem de ser em esforço dobrado devido à pilantragem, e isso vai levando a uma revolta que, quando estourar, muita gente terá de tirar a bunda da cadeira para correr.
E por quê não investigam Santos e Botafogo, em 1995? O jubileu de estanho do maior roubo do futebol brasileiro ainda não foi esclarecido. E aí dr. Zveiter? Ah, é verdade: o senhor é botafoguense.

1- LANFREDI, Renato. In: Diálogos entre o corintiano malufista e o tucano santista. 2005. Ed. MSN



Publicado originalmente no informativo DurceNews, n.o 3, ano 1 - Setembro de 2005 com o título Cambada de Ladrões!!!, o texto contém alterações, pois fora publicado logo após a prisão de Edílson Pereira de Carvalho.